Estocolmo e mentiras

Passar alguns dias em Estocolmo significa descobrir que algumas coisas que você aprendeu nesta dura vida que leva podem não ser verdades.

Primeiramente, Estocolmo não é uma capital. Apesar de difundida nas escolas de todo o mundo como capital da Suécia, bastaria passar algumas horas na cidade para desmentir esta falácia. Capitais medem seus congestionamentos em quilômetros, imponem stress aos seus habitantes, têm seus céus poluídos e oprime o ser humano com seus arranha-céus. Estocolmo é exatamente o oposto de tudo isso e, logo, não pode ser considerada uma capital.

A população de Estocolmo, ao menos a que sae na rua com o frio que faz durante o inverno, é composta maioritariamente de magros, apesar da abundante comida apimentada, mas pobre em salada. Sabendo que nos outros países a quantidade de gordos é maior e que se come mais salada, descobrimos que os regimes são verdadeiros contos do vigário para vender mais medicamentos, livros e garantir o salário de alguns médicos. Na verdade, salada engorda.

A população feminina da Suécia não é composta apenas de lindas loiras altas. Qualquer rápida análise no metrô indicaria que são 95% de loiras, 4% de morenas de olhos azuis e 1% de estranjeiras.

O sueco é a segunda língua do país. O inglês é falado com uma fluidez espantosa por todos, inclusive entre os próprios suecos, e aparece em quase todos os canais abertos da televisão (sempre legendados). A televisão não mente: o inglês é a língua dominante.

Parece que raramente neva por aqui. Com tanta água invadindo a cidade (não dá pra saber o que é ilha, o que é rio, o que é mar e o que é continente), o tempo ameniza e há mais chances de que as precipitações caiam em forma da tradicional água. Até agora não entendi porque os carros levam rodas larguíssimas e com cravos metálicos especiais para a neve.