Era o eletrodoméstico que faltava naquele canto vazio do banheiro. Sabia que sua frente de titânio combinaria perfeitamente com modernos azuleijinhos verdes e sonhava com o dia que pudesse expor sua beleza a pessoas sensíveis às estéticas da decoração moderna.
E foi preparada para aguentar até seis quilos de roupa imunda, cuecas suadas e meias fedorentas. Era daquelas que pensava que viver sem trabalho duro não é viver e não suportava mais ficar ali parada ao lado das demais lavadoras, claramente preguiçosas por natureza, vivendo na inércia dos produtos que nasceram para ficar encalhados nas lojas.
O casal que entrou desapercebidamente trocou olhares com o compartimento de carga frontal e conversou com o vendedor brasileiro ("Ah éanh? Eu sou do riiiiio e tenho o exxxxpanhol quase perrrrrfeeeeeitoanh"). Convenceram-se de que ela não devia nada para nenhuma outra, que as roupas encolheriam igualmente com tantas opções de temperatura.
Que felicidade foi ser instalada naquele simpático banheiro, tal como sonhara em seus aposentados dias na exposição. Entrou ao grande estilo, arrancando a estreita porta que dava acesso ao aposento, e posicionou-se diante da privada. Pronto! Agora seu centrifugado terminará com o tédio de quem tem de passar um tempo sentado por inconveniências fisiológicas.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
As lavadoras também amam
Publicado por Gnomo en 23:11
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2 comentários:
Ahahah!
Isso me lembra o filme 'Tu en 65' '
;-)
(Nil) Que linda esta lavadora c o vasinho em cima rsrsrs banheiro super moderno...
bjusssssssss
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