sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Galícia e o Verão

Final de junho, noroeste espanhol, Galícia, Redondela. Ao contrário de outras épocas do ano, as pessoas deste pacato povoado trabalham juntas para atingir um único objetivo: lembrar-nos que é verão.

Os bares, terraços e praças estão lotados de mesas rodeadas por pessoas com bermudas e chinelos, dois sacrilégios para a moda galega, tão fiel ao jeans e tênis. As praias atraem multidões, loucas para aproveitar a única oportunidade do ano para dourar as peles brancas debaixo de um sol de 40ºC. Os jornais falam sobre o aumento do consumo de cerveja, do perigo dos incêndios nos churrascos nas montanhas, dos recordes de temperatura.

Todos os dias de julho e agosto são dias de festa em algum lugar na Galícia. Parece que quase todas as cidades tiveram a histórica sorte de terem a data comemorativa de seus santos padroeiros nestes dois meses e aproveitam para criar alguns feriados municipais e saciar a sede de comilança e bebelança que só pode ser explicada pela falta de XXX. Quem nunca já ouviu falar da típica comemoração do "desembarco vikingo" em Catoira, com bêbados banhando-se em vinho em seus disfarces de vikings? Que galego nunca se trajou de plebeu medieval e participou da "Fiesta de la Istoria" em Ribadavia?

No trabalho, quem não tira férias para viajar recebe algumas compensações. As empresas costumam reduzir a carga horária semanal ou ainda fazer jornadas sem pausa para o almoço durante dois ou três meses, permitindo que os funcionários voltem mais cedo às suas casas e também possam conquistar seu lugar junto ao sol.

Como não fazer parte desta grande comunhão veranesca? Aproveitemos!

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