domingo, 5 de julho de 2009

Bicicletada em Vigo

Agora que faz bom tempo e tenho a bicicleta em casa, vou a quase todos os lugares pedalando. E assim começo a perceber algumas coisas.

O plano de "humanização" da prefeitura de Vigo que praticamente destrói as ruas para reconstruí-las com calçadas gigantes e estacionamentos subterrâneos ignora a existência de ciclistas na cidade. Simplesmente não existe a intenção de construir ciclovias dentro da cidade. Alguns cidadãos parecem aprovar a idéia: "Com tantas colinas, Vigo não foi feita para os ciclistas".

Fora dela, pretendia-se fazer um caminho que acompanharia uma estrada quase costeira que sai da cidade e leva às praias situadas um pouco mais ao sul da mesma. Mas os moradores que têm as casas quase apoiadas nos bordes da via protestaram tanto que conseguiram que o projeto fosse cancelado. Diziam que o caminho seria perigoso para os ciclistas, mas não mencionavam que perderiam parte dos seus terrenos por um preço inferior ao que realmente valia (talvez o mesmo preço que aparece em suas declarações de bens, inferior para pagar menos impostos).


Voltando à Vigo-cidade, as faixas reservadas para os ônibus e os taxis são comumente usadas pelos ciclistas. Mas parece que aos "donos" destas faixas não lhes cai bem a idéia de comparti-las com outros tipos de veículos. Aconteceu uma vez: Vi uma ciclista pedalando desesperadamente a poucos centímetros do pára-choque dianteiro de um ônibus durante dez segundos, quando o motorista resolveu buzinar para pedir passagem. A ciclista subiu à calçada, o ônibus seguiu caminho e parou vinte metros adiante para baixar e subir passageiros.

Claramente, não há muito que fazer além de protestar. Mas protestar como? Existe algo parecido à bicicletada de São Paulo em Vigo? Existe sim e chama-se "A golpe de pedal" e pertence ao projeto nacional "Massa crítica". Aqui, os ciclistas se encontram uma vez por mês para fazer um passeio pela cidade, pacificamente, mas exigindo melhores condições a quem quer se locomover de maneira sana e não poluente.

Mais informações:

2 comentários:

*Renata Gianotto disse...

Oi Le,

Muito legal sua iniciativa!

No ano passado também fiz essa tentativa em Limeira, mas vc pode imaginar o que aconteceu. Cheguei no trabalho com a língua de fora, suando tamanho o sol que estava e nem querendo voltar, porque quase fui atropelada pelos carros.

Meu empenho não passou daquele dia :/

Achei que no "estrangeiro" as pessoas fossem mais civilizadas e respeitosas.

Boa sorte com os protestos!

pai disse...

Oh! Sobre a velo da Renata, o André tem vasta experiência.
Ele foi com o Celso e Eu à Tatu com a velo da Renata, e sabe o que aconteceu? O André nunca teve tanta dor na busanfa ou buzanfa. Alem disso, escapou o pedal da velo e as marchas não engatavam. Afinal, ele mais empurrou do que pedalou. Ele, o André, agora sabe bem onde realmente dói. rrsr